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segunda-feira, 6 de junho de 2016

QUE MUNDO ´´E ESSE?

Estuprada, grávida e com medo de ser presa: a história de uma vítima

Monica, filipina que trabalhava como doméstica nos Emirados Árabes Unidos, apostou em plano audacioso para conseguir fugir do país.
Nos Emirados Árabes Unidos, são comuns os casos de mulheres imigrantes sendo presas acusadas de terem relações sexuais fora do casamento.
Uma dessas mulheres, uma filipina que foi estuprada, relatou o drama que enfrentou para conseguir fugir do país.
O vilarejo nas Filipinas onde Monica vivia não tinha muita infraestrutura: não havia clínica, escolas e iluminação pública. Ela também não via perspectiva de melhorar de vida ou conseguir um bom emprego.
salário que mal dava para alimentar a família, Monica resolver seguir o exemplo de milhares de conterrâneas: tentar a sorte como doméstica nos Emirados Árabes Unidos. Ele viajou dez horas de ônibus até a capital, Manila, se inscreveu em uma agência de empregos e pouco tempo depois estava a caminho do país árabe para trabalhar como doméstica de uma família local.
O que parecia ser um encantado mundo novo com prédios luxuosos e shoppings, foi se transformando em um pesadelo à medida que Monica sentia falta dos filhos e era maltratada pelos seus patrões.
Na casa havia outro empregado, um motorista paquistanês. Meses depois de chegar, Monica se viu sozinha com o motorista em um dia que a família toda saiu.
"Eu estava limpando, na cozinha. Então ele chegou... Ele segurava uma faca enquanto me obrigava (a manter relações com ele)... eu não podia fazer nada. Eu estava sozinha, mesmo se eu gritasse, estava sozinha", disse.
Ela não contou a ninguém sobre o estupro e, três meses depois, percebeu que estava grávida. As leis dos Emirados Árabes Unidos determinam que sexo fora do casamento é um crime.
Monica não tinha como provar que tinha sido estuprada e a gravidez se transformou em prova de seu crime.
Temendo a prisão, ela escondeu a gravidez o quanto pôde.
"Sabia que eles poderiam me mandar para a cadeia e estava com muito medo", disse.
Sharia e Zina
Nos Emirados Árabes Unidos, a sharia (Lei Islâmica) forma a base do Código Penal e o sexo fora do casamento é classificado como "zina", uma categoria de crime que também inclui adultério, fornicação e homossexualidade.
Não há números oficiais mostrando quantas pessoas foram condenadas por crimes desse tipo. Mas sabe-se que essa leis pesam como uma espada de Dâmocles sobre as milhares de mulheres asiáticas e africanas que emigraram para o país para trabalhar como domésticas.
Uma investigação do Serviço Árabe da BBC sugere que centenas de mulheres imigrantes são presas nos Emirados Árabes Unidos todos os anos acusadas por estes crimes, mesmo quando o sexo é consensual.
Segundo a organização Human Rights Watch (HRW), o código penal "zina" viola as leis internacionais de direitos humanos. Grupos de defesa dos direitos humanos também dizem que essas leis resultam em punições desproporcional de mulheres.
Houve vários casos de domésticas sentenciadas a chibatadas e, em casos extremos, apedrejamento - mas não há provas de que estas punições chegaram a ser executadas.
A investigação da BBC confirma que mulheres acusadas de sexo fora do casamento são acorrentadas. Imagens feitas com uma câmera escondida em um tribunal do país mostrou uma jovem filipina caminhando com dificuldade por um corredor, com os pés acorrentados.
Sharla Musabih, ativista americana que passou mais de 20 anos nos Emirados Árabes Unidos gerenciando um abrigo para mulheres vítimas de abuso, disse que na capital, Abu Dhabi, viu uma doméstica etíope acorrentada pelos tornozelos a uma cama horas depois de dar à luz. Como Monica, a mulher tinha sido estuprada.

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