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sexta-feira, 4 de março de 2016

desilusão.. Como dói!

Quando pensei em escrever sobre a desilusão, pensei primeiramente na desilusão como um encontro com a realidade. Um processo que apesar de doloroso pode ser muito benéfico.

Pesquisando na internet fica claro como a desilusão é compreendida em nossa cultura como algo extremamente doloroso, principalmente quando se fala em desilusões amorosas. E algo até que deve ser evitado, como diz o poeta Alexander Pope, “Feliz do homem que não espera nada, pois nunca terá desilusões”. Mas será que é possível não nos iludirmos?

Dentro da psicologia talvez quem mais tenha usado o termo e estudado o assunto foi o pediatra e psicanalista D. W. Winnicott(1896-1971). Winnicott dizia que todos nós quando nascemos, temos a ilusão da onipotência, ou seja, a ilusão de que somos capazes de fazer tudo. Para o bebê humano o outro não existe de imediato. Não existem mães, pais, avós, irmãos, tios e tias, bolas, mamadeiras, etc. Tudo é apenas uma extensão dele próprio e tudo o que acontece, acontece por que é a sua vontade. Então quando ele sente fome, logo vem o alimento para o saciar, se sua fralda está suja lhe causando incômodo, logo ela está limpa novamente, se ele está com frio, logo aparece algo que o esquenta e assim por diante.

Pois bem e quando isso não acontece? E quando uma destas necessidades, por um motivo qualquer, não é saciada prontamente? É aí que começa o processo de desilusão. A falta de uma determinada necessidade, por exemplo, o alimento, faz com que um sentimento comece a crescer dentro do bebê, sentimento esse determinado angústia. O bebê aos poucos vai entrando em contato com a realidade e aos poucos, percebendo o outro e as suas próprias limitações. Ou seja, é só a partir da desilusão que o bebê vai entrando em contato com a realidade e podendo se apropriar disso.

E pensando que somos seres em constante crescimento, como isso se aplica na nossa vida adulta? É claro que depois de alguns anos de estrada, ficamos mais “espertos” e não nos iludimos tanto, mas invariavelmente quando nos confrontamos com uma situação nova em nossas vidas é que parece que esse processo de ilusão/desilusão, volta à tona.

Seja num relacionamento novo. Seja em um novo emprego, ou mesmo uma promoção. Seja em um negócio novo. Com um grau maior ou menor estamos iludidos. E aqui quero dizer que isso não é necessariamente ruim, se não o fizéssemos, talvez não teríamos a coragem de enfrentar o novo.

O problema é quando ficamos presos a esta ilusão e não olhamos para a realidade à nossa volta, tentando evitar a angústia gerada pela desilusão. Isso faz com que fiquemos preso a algo que não é real e nos tira a possibilidade de melhorar algo que não está bom, ou mesmo de recomeçar. Porque é só a partir desse contato com a realidade é que podemos cada vez mais nos apropriar e atuar de forma mais eficaz no mundo à nossa volta.

O ideal é que façamos este exercício de nos iludir/ desiludir constantemente, de forma a podermos estarmos sempre nos adequando a realidade e sentindo menos angústia. Alguns de nós conseguem fazer isso com facilidade, seja pela criação que receberam, sejam fatores que os predispõem, outros tem mais dificuldades, ou ainda, tem facilidade em fazer isso quando se trata de vida profissional e são um desastre na vida amorosa e vice-versa.

Cada um de nós tem as próprias fraquezas e virtudes cabe também a cada um de nós reconhecer quais são estas e como fazer o melhor uso delas, com base na realidade. Exercício que pode ser muito doloroso, mas que faz parte de um processo de amadurecimento.

E pensando na frase de Pope, não acredito que haja alguém capaz de não se iludir, mesmo que por um breve momento, o suficiente para dar um passo além do que ele mesmo já tinha feito.

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