Se isso nunca aconteceu com você, certamente já ocorreu com um amigo ou conhecido próximo. É porque este fenômeno tornou-se algo comum nas relações da atualidade – tão comum que até ganhou uma denominação própria: ghosting, que faz referência a “fantasma” em inglês.
O comportamento não é novo, mas certamente ganhou mais adeptos na era virtual. Com a comunicação feita quase inteiramente à distância, via mensagens instantâneas, fica muito mais fácil ignorar, evitar e cortar o contato com alguém
O psicólogo e autor Alexandre Bez define a atitude como o bom e velho “fora”, com a diferença de que, neste caso, ele não é anunciado à outra parte. Segundo ele, a pessoa que faz isso simplesmente quer terminar a relação – seja pelo motivo que for – e escolhe fazê-lo sem prestar satisfações devidas ao outro.
"Independente da razão para o término, o ghosting está essencialmente ligado à falta de compromisso sentimental com o outro",
Qualquer que seja o motivo para o término, a essência do ghosting está ligada à falta de compromisso sentimental com a outra pessoa, à falta de importância que ela tem. É uma atitude completamente baseada no egoísmo: não há compaixão pelo outro”, resume o profissional.
De acordo com o especialista, muitas vezes a pessoa decide sumir porque não quer construir um relacionamento sério e estava atrás de apenas uma saída casual, ou porque a paixão foi rápida e logo se acabou, dentre outras possíveis razões.
Em qualquer caso, o comportamento denuncia uma falta de consideração com o outro e de profundidade na relação – característica comum nos relacionamentos atuais devido ao individualismo exacerbado da geração, a efemeridade atrelada às novas tecnologias e a grande insegurança pessoal resultada desses fatores.
“Psicologicamente, o impacto que isso causa na pessoa que é abandonada é um trauma e angústia muito grandes. É como se o outro estivesse dizendo: ‘você não é nada para mim, não vou sequer perder meu tempo lhe dando uma justificativa’. Pode levar até mesmo a neuroses em futuros relacionamentos, impedindo que a pessoa consiga confiar e se entregar a outra”
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